Dureza da Borracha em Revestimentos de Tambores: A Importância Desta Propriedade

A escolha do revestimento ideal para tambores de transportadores de correia é um fator determinante para a eficiência e durabilidade de sistemas de transporte de materiais. Entre as propriedades mais críticas a serem consideradas no revestimento está a dureza da borracha. Essa característica impacta diretamente a performance do tambor em ambientes industriais severos, como mineração, siderurgia, e outras indústrias que utilizam correias transportadoras para movimentação de materiais pesados e abrasivos.

Neste artigo, vamos explorar o conceito de dureza da borracha, sua importância para os revestimentos dos tambores e como escolher a dureza certa para otimizar a operação do sistema de transporte.


O Que é a Dureza da Borracha?

A dureza da borracha é uma medida da resistência que o material oferece à deformação. Em termos práticos, quanto maior a dureza, mais rígida é a borracha. Essa propriedade é mensurada por meio da escala Shore A, que vai de 0 a 100. Quanto maior o valor, maior é a dureza.

  • Borracha Macia (Shore A 30-50): Caracteriza-se por ser mais flexível e oferecer maior absorção de impactos.
  • Borracha Intermediária (Shore A 50-70): Equilíbrio entre flexibilidade e resistência.
  • Borracha Dura (Shore A 70-90): Mais rígida e ideal para aplicações onde é necessária maior resistência à abrasão e compressão.

A Importância da Dureza da Borracha em Revestimentos de Tambores

1. Aderência Adequada com a Correia

Uma das principais funções do revestimento de borracha no tambor é proporcionar aderência suficiente para evitar o deslizamento da correia. Revestimentos com dureza inadequada podem comprometer essa aderência, gerando problemas operacionais.

  • Borracha mais macia proporciona melhor aderência, pois tem maior capacidade de se moldar à superfície da correia, aumentando o atrito entre os componentes.
  • Borracha mais dura, por outro lado, pode ser ideal para sistemas que exigem menor flexibilidade, mas demandam alta resistência ao desgaste.

2. Resistência ao Desgaste Abrasivo

Ambientes industriais são frequentemente caracterizados por uma alta presença de partículas abrasivas. A dureza da borracha influencia diretamente a resistência do revestimento ao desgaste causado por esse tipo de material.

  • Borracha de maior dureza é mais resistente à abrasão, sendo indicada para tambores que operam em contato com materiais duros e abrasivos.
  • Borracha mais macia, apesar de oferecer melhor aderência, pode desgastar-se mais rapidamente em condições abrasivas, exigindo maior frequência de manutenção.

3. Absorção de Impactos

O transporte de materiais pesados pode gerar impactos constantes na correia, especialmente nos pontos de carregamento e descarga. A borracha do revestimento ajuda a absorver parte desses impactos, evitando danos tanto à correia quanto ao tambor.

  • Borracha macia oferece melhor absorção de impactos, reduzindo a tensão transmitida ao tambor e à correia.
  • Borracha mais rígida é menos eficiente na absorção de impactos, sendo recomendada para ambientes onde os impactos são menos frequentes.

4. Desempenho em Condições Ambientais Severas

A dureza da borracha também influencia o desempenho do tambor em condições ambientais extremas, como altas temperaturas ou exposição a produtos químicos corrosivos. Borrachas de alta dureza, especialmente aquelas com aditivos específicos, podem oferecer maior resistência em ambientes agressivos.

  • Ambientes de alta temperatura: Revestimentos mais rígidos são menos suscetíveis a deformações térmicas.
  • Exposição química: Borrachas mais resistentes, como as de maior dureza, tendem a resistir melhor à corrosão.

Como Escolher a Dureza Adequada para o Revestimento?

A seleção da dureza ideal da borracha para revestimentos de tambores deve levar em consideração o tipo de material transportado, as condições operacionais e o ambiente em que o sistema está inserido. Aqui estão alguns fatores a serem avaliados:

1. Tipo de Material Transportado

  • Materiais Abrasivos: Quando o sistema transporta materiais abrasivos, como minérios, areia ou cimento, recomenda-se o uso de revestimentos com maior dureza (Shore A 70 ou superior) para garantir resistência ao desgaste.
  • Materiais Leves ou Delicados: Para transporte de materiais menos abrasivos, uma borracha mais macia (Shore A 50-60) pode ser mais adequada, oferecendo boa aderência e absorção de impacto.

2. Velocidade da Correia

Em sistemas de alta velocidade, a resistência ao desgaste torna-se um fator crítico. Revestimentos mais duros são ideais, pois apresentam menor deformação e desgaste sob condições de alta rotação.

3. Ambiente de Operação

  • Ambientes Úmidos ou Corrosivos: Borrachas de maior dureza com propriedades anticorrosivas podem ser recomendadas, especialmente quando o sistema está exposto à umidade ou substâncias químicas que possam comprometer a integridade do revestimento.
  • Temperaturas Elevadas: Revestimentos com alta dureza resistem melhor à degradação térmica.

Vantagens do Revestimento de Borracha com Dureza Adequada

Escolher a dureza ideal da borracha para o revestimento de tambores traz inúmeros benefícios ao sistema de transporte, entre eles:

  • Maior Vida Útil do Sistema: Um revestimento de dureza adequada reduz o desgaste tanto da correia quanto do tambor, prolongando a vida útil do sistema e reduzindo os custos de manutenção.
  • Melhor Aderência e Eficiência: Borrachas com dureza adequada garantem que a correia não deslize, aumentando a eficiência do transporte.
  • Proteção Contra Impactos e Desgastes: A escolha certa da dureza ajuda a absorver impactos e resistir ao desgaste, protegendo os componentes do sistema.

Conclusão

A dureza da borracha utilizada em revestimentos de tambores desempenha um papel crucial na eficiência, durabilidade e segurança do sistema de transporte de materiais. Entender as características do ambiente operacional e os materiais transportados é fundamental para selecionar o revestimento com a dureza mais apropriada. Assim, é possível garantir que o sistema opere com o máximo de eficiência, evitando paradas indesejadas, minimizando os custos de manutenção e prolongando a vida útil dos componentes.

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